Verão Azul

Quem estiver na casa dos 30 e picos, 40 e tal ou mais, terá dificuldade em não se lembrar da série Verão Azul.
Gravada no Sul de Espanha entre 1979 e 1980, a série passou em Portugal no início dos anos 80, tendo tido várias reposições dos seus 19 episódios.

O grupo de rapazes e raparigas entre os 8 e 17 anos envolvia-se em atribuladas aventuras, ladeados por dois adultos, a pintora Julia e o velho marinheiro Chanquete. E de uma forma descontraída e arejada, derrubaram-se barreiras na televisão e esta série infanto-juvenil abordou precocemente temas como a adolescência, a descoberta do amor, a ecologia, o divórcio, a liberdade, o direito ao protesto, a especulação imobiliária, conflitos geracionais, adição a drogas, álcool e tabaco, etc, etc, etc…

Julgo que todos nós, de uma forma ou de outra, todas elas mais ou menos pavlovianas, associamos ao genérico da série e à sua música inesquecível, alguns actos (principalmente se agrupados) tão simples como assobiar ou andar de bicicleta… principalmente se estiver bom tempo e conseguirmos vislumbrar o céu e o mar azul (Azul como o Verão!).

Há uma espécie de eterna infância guardada em cada um dos nossos peitos que se exalta quando ouve aqueles acordes ou aquela melodia assobiada ou os do “No, no, no nos moverán“.

Há um reduto de boas intenções e de valores que guardamos, por vezes recalcados no nosso íntimo, que se emocionam e ganham fôlego quando somos expostos ao visionamento dos episódios da série. Aquelas coisas que aprendemos tão bem quando éramos pequeninos e que hoje nem sempre conseguimos ostentar como estandarte…

A vida nem sempre é fácil ou faz justiça às boas intenções daqueles que nos educaram. Também eles cresceram, o Piraña, a Bea ou o Javi.
Mas ainda hoje podemos ver a série, disponível em DVDs, e fazer-lhe justiça, mostrá-la aos nossos filhos ou relembrar conceitos…

Mas atenção! Naquela época ainda se expunham as criancinhas às duras realidades da vida! E não era só a Disney com a morte da mãe do Bamby! Todos nós nos lembramos da morte de Chanquete, como tão bem recordou o Nuno Markl neste “Cromo” (aliás uma boa crónica acerca do Verão Azul).

Hoje começa oficialmente o Verão e nada como lembrar a melodia que nos embalava as tardes quentes de Agosto, no meu caso num Algarve em tudo semelhante à Andaluzia onde a acção da série decorria. Vivam os amigos, a praia, o sol e o sal, os churros, algodão doce, Trinaranjus, Sumol e gasosas! Os caracóis, o peixe-aranha, os gelados e o creme Nivea!

Bom Verão! :)

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