Pequenas Mentiras Entre Amigos

Alerta, alerta!! Filme a ver!! :)
O Verão já vai a meio (mais perto do fim) e sugerimos uma pausa para cinema!
“Pequenas Mentiras Entre Amigos” tem várias razões para ser visto.
Uma, para os meninos: Marion Cotillard. Pronto, agora que eles já estão convencidos, vamos ao que interessa…
Duas: Tem muitos, mas muitos homens bonitos! Credo! Mas aquilo em Paris agora anda assim??!! Para todos os gostos e idades (acima de 30) e, ainda por cima, bons actores!! A saber: François Cluzet, Benoît Magimel, Gilles Lellouche, Jean Dujardin, Laurent Lafitte, Joël Dupuch, Maxim Nucci e não sei se me esqueci de algum…
De referir também a presença correctíssima das outras actrizes, em particular da Valérie Bonneton.
Três: ao longo do filme, que nos leva do drama à comédia (e de volta ao drama), assistimos ao convívio de um grupo de amigos de 30 e picos, 40 e tais, que parte para férias em conjunto, à semelhança do que faz todos os anos. Neste ano, em concreto, um deles sofreu um grave acidente e encontra-se no hospital em estado crítico (não viajando, por isso, com os amigos). A dor está presente em todo o filme: Mais do que o medo da perda do amigo, as “pequenas” dores individuais que cada um transporta consigo (nesta idade todos as temos, não é?) e que nem sempre revela ao grupo.
Não pensem que, por isso, é um filme pesado ou difícil. Não é! Acontece que ao longo dos 154 minutos (é um filme longo mas vê-se muito bem) vamos assistindo e compreendendo – porque nos revemos, uns numas coisas, outros noutras – as pequenas histórias de cada um e a sua maneira de lidar com elas. O homem que não consegue esquecer a sua ex-namorada, vive obsecado com ela, com os sms dela e as suas possíveis leituras; o pinga-amor, sedutor, que mesmo tendo um relacionamenteo estável não deixa de cortejar e somar outras mulheres; o homem heterossexual, casado, que se apaixona pelo amigo; o homem aparentemente de bem com a vida, homem de sucesso, que não se consegue livrar de comportamentos compulsivos e obsessivos e da perseguição dos seus fantasmas; a mulher emancipada que não procura parceiro fixo mas não se sente realizada assim; a mulher casada que se sente morta e aprisionada num papel que não a satisfaz; etc, etc, etc…
Pelo meio há lugar ao riso, muito, à vontade de partilhar aquela ” boa onda”, as férias, a música, o rosé… e há lugar para choro, aqui e ali, onde mais nos tocam os pequenos e grandes dramas.
No meio de todos os acontecimentos (é um filme rico), nem todos serão absolutamente originais mas não ofendem as pequenas redundâncias. Há espaço para tudo, até para pequenos clichés. Porque, na realidade, a vida também é pontuada por eles e todos nós, por muito originais e especiais que sejamos, estamos retratados num grupo, num tipo, numa tendência.
É, volto a dizer, um filme a ver. A partir dos 30. Até lá talvez não valha a pena… :)
Quatro: para quem, como eu, se sente tão afastada do universo masculino, é uma boa forma de dar uma espreitadela e ficar com vontade de conhecer um bocadinho mais de algumas sensibilidades, intimidades e pontos de vista!!.. (ou será do contexto?)
Bom cinema! Aproveitem! (eu vi no El Corte Inglés de Lisboa) ;)
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2 Responses to “Pequenas Mentiras Entre Amigos”Trackbacks
Check out what others are saying...-
[…] Destaque para o actor Jean Dujardin, o malfadado Ludo de Pequenas Mentiras Entre Amigos de que já aqui falámos, claro. (Bem me parecia já ter visto aquela cara nalgum […]
Partilho 100% a sua opinião…. só vi ontem, e tenho pena que só agora tivesse entrado na minha vida.