Nada Estúpido, Muito Louco, Amor

E pronto, fui outra vez ao cinema e vim deliciada.

Crazy, Supid, Love é um filme muito esperto e, coisa que vai rareando, honesto.
Ao contrário do outro que me desapontou na semana passada, sendo certo que se inserem em universos diferentes, “Amor, Estúpido e Louco” faz uma óptima utilização dos meios de que dispõe e do maravilhoso naipe de actores.
A construção de personagens, que podia cair no caricato, é séria, credível e nunca cabotina (ao contrário do Midnight in Paris, por exemplo). Nunca um dos actores cai na tentação de “piscar o olho” ao espectador. Eles são realmente aquelas pessoas, naquelas situações, com aquelas características e não uma caricatura delas próprias.

O Ryan Gosling, por exemplo, foi para mim uma enorme surpresa (tenho que ver mais filmes com ele – urgente!) ao interpretar o “engatatão” supremo, em todo o seu esplendor, tipificado entre os músculos trabalhados exaustivamente no ginásio e a aparência estilizada pela moda de grande consumo. Consegue ser brilhante no papel de matador (quando a aparência bastaria por si) e dar-lhe os toques de humanidade na desconstrução da carapaça quando a narrativa lhe troca as voltas, sem cair no sentimentalão fácil.

O Steve Carell é delicioso e tão, tão bom…
A diferença de registo, de expressão, ao longo do filme… aquele início em que todo o rosto é uma expressão de desânimo e apatia, de músculos relaxados em contraste com o homem que “renasce” ao longo do filme (e fisicamente de acordo com a imagem que tinha dele, vigoroso, espevitado)…

Enfim, é difícil comentar pequenos pormenores do filme – porque apetece – sem vos estragar a surpresa.

Digamos que o filme é, para mim, um muito bem conseguido compromisso entre a comédia hilariante, o drama e o filme romântico.

As situações de comédia são por vezes delirantes e tão perfeitamente construídas que parecem de manual: “Meninos, assim é que se faz uma comédia de equívocos!”

Além de todo o desenrolar do filme cómico há uma situação apoteótica num jardim que é mesmo um exemplo de, como dizer… do pathos da comédia, se é que me entendem!..

E mesmo nas situações mais batidas, a direcção de actores é tão boa e a realização tão sóbria – porém certeira e assertiva – que as coisas resultam na medida certa, certíssima!

O filme pareceu-me tão equilibrado e constante que, aos meus olhos, talvez seja esse o seu maior pecado – o de ser tão facilmente aceite e apreendido.

Ainda a referência aos miúdos Jonah Bobo e Analeigh Tipton que fervilham de futuro promissor e têm desempenhos correctíssimos e ternurentos. E a Kevin Bacon (pena que não tenha aparecido um pouco mais) e Marisa Tomei que vieram dar um ar da sua graça.

Emma Stone e Julianne Moore estão bem nos seus papéis, na “conjugação perfeita entre a sensualidade e o querido/engraçado=giro” ou lá como é que o Cal (Steve Carell) descrevia a mulher.

Mas este é um filme de (e sobre) homens.

A ver, amiga(o)s, a ver!
E preparem-se para rir. Muito! :)

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One Response to “Nada Estúpido, Muito Louco, Amor”
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  1. […] imagens e biografia não pude deixar de me recoradar de outro actor mencionado en passant noutro post acerca de um filme onde, curiosamente, ambos participam: Ryan Gosling. Se calhar o paralelismo só […]



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