Dois p’ra lá, dois p’ra cá

 

Ena, antes de mais, deixem-me já dizer-vos que é a primeira vez que insiro um slideshow.
As fotos estão aqui em baixo, vejam lá se funciona, carregando na setinha (cursor sobre a imagem aí de baixo, sff):

 

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Deu? :D

Bem, as imagens referem-se ao filme “Une semaine sur deux (et la moitié des vacances scolaires)” que foi mais uma boa surpresa do (recente) cinema francês. (Há um modo de retratar que os americanos, modo geral, não têm, será?)

Nesta pouco mais de hora e meia assistimos ao decorrer de um ano lectivo que se inicia com o divórcio dos pais de Léa (12 anos) e do pequeno irmão, Maxime.
Optando pela guarda-conjunta, os miúdos passam (juntos) uma semana com cada um dos pais.

Eu sou, por um lado, filha de pais separados, por outro, mãe de duas filhas de cujos pais (distintos) me separei.
Comigo, enquanto mãe, as coisas aconteceram em ambos os casos de forma diferente (embora tenha havido muitos lugares comuns – nomeadamente nos que levaram à separação. Mas isso está mais relacionado com este filme aqui).

Em todo o caso, há coisas das quais dificilmente se escapa.
E eu sou uma aficionada do divórcio, atenção! Não venho aqui pregar que a melhor coisa a fazer pelos filhos é continuar casado!
Acho mesmo que o divórcio é a melhor coisa que pode acontecer na vida de uma pessoa quando o casamento colapsa!
Mas, de facto, não há como escapar ao constrangimento (no mínimo – na melhor das hipóteses) de repartir crianças por casas diferentes, modos de vida diversos, etc. E, essencialmente, não há como apagar o facto de passarem a ter que estar com cada um dos pais sem a presença do outro. Por muito bem que corra.

E este filme mostra um pouco disso, da habituação que cada um tem que fazer ao novo modo de vida, às novas circunstâncias.
Filhos e pais.

As vidas divididas em dois actos.
Para os pais, duas tentativas de resolução, principalmente aquando da chegada de novos parceiros. A vida em dois registos diferentes, em semanas alternadas, ou a inclusão de todos num espaço comum. Aparentemente ambas sem sucesso, pelo menos para início de conversa.
Para os miúdos, muita bagagem para lá e para cá, o refazer de tudo (das malas e do ninho), semana a semana.

E as saudades.
As saudades por vezes dilacerantes. Para todos.
O cortar do cordão umbilical.

Mas o filme encerra com alguma tranquilidade, apesar de, a certa altura, parecer estar tudo perdido (todos miseráveis).
E na realidade as coisas acabarão sempre por se compor, de uma maneira ou de outra, porque assim tem que ser.

Enquanto filha sempre senti que os meus pais se davam bem (enfim, eram cordiais e havia um entendimento relativamente às questões essenciais) e isso dava-me alguma tranquilidade e até algum orgulho.
Acho que ao longo dos anos aquilo que mais me pesou, literalmente e em sentido figurativo, foi ter que carregar com tralhas o tempo todo. Sacos, malas, material escolar… Uf…
Sempre com a casa às costas.

No caso dos meus pais não sei. Não sei realmente o que sentiram. Se calhar é uma boa altura para perguntar.

Enquanto mãe aconselho o filme, inclusive à minha filha mais velha (para quem procuro uma versão com legendas em português). Porque acho que há vários aspectos com que se sentirá identificada e isso pode minorar alguma dor que possa permanecer.

Um filme doce, apesar de algumas explosões de conflito.
E de não esquecer que há aqui uma pré-adolescência ao barulho. E uma tenra infância.

Terno.

 

Comments
2 Responses to “Dois p’ra lá, dois p’ra cá”
  1. rp diz:

    até dividir cães é complicado, nem imagino filhos.

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