Gravidade e a atracção dos corpos.

Só na cena final, quando a Bullock se levanta, *Spoiler* pés em terra *End of Spoiler*, num plano de contrapicado, é que me ocorreu – e fiz a distinção entre géneros – que ali estava um filme com uma heroína, mulher, que contraria a maioria (e não necessariamente a tendência, porque, parece-me, a tendência será cada vez mais esta).
Eis um bom filme para mostrar às filhas (e aos filhos) maiores de 12.
Ao contrário de, para usar um exemplo contemporâneo, “Thor” (que eu não vi: julgo pelo trailer), em que a rapariguinha, girinha, está ali para dar a contracena ao grande herói, aqui a cena é toda de Bullock e deixem-me que vos diga que Clooney (de quem não sou especial fã, confesso) é quase acessório e um tanto ao quanto cool ou clooney demais (Clooney 1-personagem 0). Mas nem precisava.
Como vos dizia, foi só na última cena que me ocorreu; porque o que vemos é um trhiller espacial, em que um herói (por acaso mulher) luta pela vida, num ambiente hostil, sem necessidade de recurso a monstros, aliens ou outras ameaças menos credíveis, mantendo-nos presos à fita e solidários com o seu sofrimento e desespero (a parte do drama familiar era escusada; não fazia falta e dispensava-se aqueles 2 ou 3 momentos lamechas).
E temos uma Bullock desprovida de grandes artifícios, de cabelo curto, que nos lava a vista de demais saturações. É a Terra que se mostra bela e esfuziante; mas a Bullock seduz, nesse seu corpo musculado, de aparência saudável e minimalista. E conduz-nos, e a si própria, numa narrativa que perde rapidamente os demais actores (ou um actor e outros figurantes).
Gostei.
Deixo-vos também uma imagem da Weaver, no set de Alien, igualmente de cuecas (ela que é outra grande heroína da história do cinema – fantástico e de acção, mas não só), já que é de miúdas de cuecas que a malta gosta. ;)